Roupas pretas, gosto pela
melancolia, tristeza, fazer saraus em cemitérios... Estas podem ser as
características para se definir uma pessoa gótica. Mas será que realmente
existe uma definição?
Segundo muitos não existe
uma verdadeira definição para o que é ser gótico; pois não é um movimento e
assim não há características pré-definidas para serem listadas. O termo surgiu
há muito tempo, com os Godos, um povo germânico vulgarmente chamado de Bárbaros
e que foram os primeiros germânicos a se converterem ao cristianismo. Mesmo
esse povo e sua cultura não tendo nada em comum com o estilo gótico é sempre
bom lembrar a origem do termo.
Mas pode-se dizer que os
góticos gostam da noite, da vida e também da morte, da literatura, da arte, da
solidão, do ocultismo, do amor. O mundo dos góticos não pode ser muito
caracterizado, cada um define-se de uma maneira. Segundo Leandro Formagi, o
Coruja, "o verdadeiro gótico é aquele que consegue enxergar a arte por
trás da escuridão. É aquele que consegue transformar a tristeza e a melancolia
em poesia". Já Ana Lucia Bertolani, acredita que quem tem a poesia obscura
na alma e encontra refúgio na música, arte e estilo de vida que expressa
obscuridade poética, pode se considerar gótico. Segundo muitos góticos a
confusão chega a ser tanta que alguns já a ouviram perguntas absurdas como se
góticos bebem sangue de criancinhas, se dormem em caixão, se é muito usado
magia negra ou necrofilia, entre outros absurdos.
O motivo estaria na ligação
que muitas pessoas acabam fazendo erroneamente, quando vêem os góticos como
vampiros; pois há uma grande confusão por ambos terem gosto pela vida noturna,
romantismo mórbido, a maneira de se vestir, caracterizadas por trajes antigos
usados nos filmes. Mas principalmente porque grande parte dos góticos tem o
costume de freqüentar cemitérios, mesmo durante a noite. Um hábito que pode
parecer estranho para quem não entende, mas que segundo Coruja é muito simples.
Nos cemitérios encontra-se paz. "É um local tranqüilo, onde pode-se
escrever poemas, sem barulhos ou medo de ser assaltado", afirma. Ainda
segundo Coruja, o problema de freqüentar cemitérios está nas pessoas que entram
durante a noite para promover saques, acabando por deixar a culpa nos góticos,
que utilizam o local apenas como fonte de inspiração, respeitando e de certa
forma protegendo o cemitério. Ana Lucia complementa dizendo que "a fixação
por cemitérios é maior no sentido intelectual, por expressarem a arte gótica e
principalmente inspiração", mas Coruja explica e finaliza: "O que é
escuridão para a maioria, é a fonte de criação para os góticos".
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